Inconanços da TAP

Fazia meses que esperava pela visita da maezinha e do paizinho a Madrid, e por imprevistos causados por uma pseudo enfermidade do maninho, lá tive eu que deslocar-me à capital portuguesa. A família real reuniu-se, tal como já nao acontecia há muitos anos, em que nós, os filhotes iamos de férias com os progenitores, e passavamo-nos dos carretes com as aventuras do pai perdido. Enfim..

Aproveitei para ver as obras da Joana Vasconcelos no CCB. Colecçao de pura energia, onde a artista desvenda o seu universo moderno, com reflexos de tradicionais.

Na volta, chego ao aeroporto, e como herdei a distracçao dos papás, tinha deixado o geringonço do meu telemóvel na casa do brother. Anda, bro, siga buscar-lo enquanto faço o check-in. - Desculpe, mas a sua reserva nao consta no nosso sistema. – Diz-me uma dessas emproadas com pouco mais de meio kilo. - Como? - digo eu, já soltado as minhas garras cor de rosa fluorescente. - Pois, tem a certeza que reservou? E está paga? Ah, espere lá.. sim, aquí está o seu número de passageiro frequente. Pois, pediu uma refeiçao vegetariana? - Eu nao pedi nada, mas pode ser! - Mas sabe, nao pode viajar porque a reserva nao está a ser reconhecida pelo sistema. Para isso tem que mostrar o cartao de crédito com que diz ter pago a viagem. - Tao? Foi a minha mae que pagou!! Ela nao está aquí. - Pois, entao nao pode viajar! - O quê??????? – e as minhas unhas quase que passam de rosa a verde! Ligo à mama (que por acaso ainda nao tinha ido para o calhau e que viajava dentro de horas) e lá vem ela a toda a velocidade mostrar o cartao de crédito. Foi o que me safou! Depois foi a correria habitual. “Passageira Extreliña, favor de se dirigir com máxima urgência à porta de embarque número 10”. E lá vim eu para Madrid, numa "avionetazinha" da Portugália, muito contente com a minha refeiçao vegetariana! ;)

Marquei-me…

Marquei-me pela promessa que um dia fiz, quando ele partiu. Ganhei coragem, respirei fundo e suei das mãos. Submeti o meu corpo a um que nunca tinha visto. O som era semelhante a uma broca de dentista. E ao mesmo tempo a tinta se entranhava. Marquei o meu corpo sem cunhar a alma. Uma estrelinha ganhou contornos e tornou-se pulsante… Como ele era… A ti, Diogo, estrela espatifada no céu… Ps. Cátia, ai lave iu!

Qualquer médico serve!

Tenho que me deixar disto...

Isto de andar a “capoeirar” já não é para a minha idade! Dói-me tudo! Pareço uma velha entramelada! Por prevenção e como já vou sentido um estalar estranho nas costas, resolvi marcar uma consulta com um especialista.

Pois bem, consulto ortopedistas aqui no bairro, elijo um, marco o número da lista e eis o diálogo:

Eu: Boa tarde, quero marcar uma consulta, por favor.

Recepcionista: Com que médico?

Eu: Pode ser com qualquer um.

Recepcionista: Como com qualquer um???? Tem que saber que médico quer!!

Eu: A mim dá-me igual. Não conheço nenhum. Não tenho preferência.

Recepcionista (histérica): Não vou marcar consulta com qualquer um! Está a brincar comigo?? Isto é uma Clínica, tem que saber que médico quer!
Eu: Ah? Desculpe..
- Pois, ups.. eu pensei que estava a ligar para um consultório da especialidade, e não para uma clínica.

Foi mau..

Confesso, tenho uma pontinha de loura! :/

Ps. Já fui à consulta, e lá vou fazer reabilitação à “espalda”. Aos 30 e já empenada.. Dios mio!

Quem tem boca vai a Roma…

...e quem tem coragem atravessa a estrada! Ah, pois, os tipos são loucos. In locum estive sujeita a ser passada por um veiculo qualquer e não teria tempo para sacar a matricula! Doidos na estrada mas excelentes na comida! Nham.. nham… Tou a pensar nas fantásticas pastas que enfardei… Numa mescla de buongiornos com gracias e can you help me, lá me entendia com os tipos bem trajados e aperaltados. Li no “Comer, Orar e Amar” que a palavra que definia Roma, era “sexo”. Eu venho mais com a ideia que na cidade sobressai a palavra “sabor”. Ali saboreia-se tudo e absorve-se ainda mais… Arte, bodegas, cafés, gelados, pizas, praças, jardins, cultura, lazer, consumo, moda, passeios, templos, igrejas, colinas, pasta, giraços, poder… Não, vos quero fazer figas, apenas pretendo elucidar-vos a uma visitinha à capital italiana! Bacios! ;) Ps: Fui à Gelataria San Cipriano, tão bem falada no livro (recomendado pela Oprah), e os apreciadores de doces devem fazer uma visitinha e deliciarem-se por um gelado neste templo!

Madeira, o meu calhau!

Já me começo a passar com tamanha falta de conhecimento desta gente.

Num encontro casual com uma moça madrileña, com cerca de 26 anos:

Ela: Si? Eres de Madeira? Que guay! Eu: Si, esa es mi isla! (e digo isto com sorriso orgulhoso) Ela: Que suerte tienes! Dime, que idioma se habla allí?

Bem, mais uma vez fiquei estupefacta! Por pouco não lhe respondi que falamos chinês! Opa… É por de mais!! Estes tipos estão ao nosso lado e não sabem nada sobre nós! :/ Por um lado até são porreiros, porque não se metem na vida do país vizinho! Hehe

Passo a explicar:

O arquipélago da Madeira encontra-se situado no oceano Atlântico, distando 500 km da costa africana e 1000 km do continente europeu, ou seja a 1H30 minutos de voo a partir da cidade de Lisboa.

As ilhas da Madeira, Porto Santo, e as inabitadas Ilhas Selvagens e Desertas, constituem o arquipélago da Madeira que foi descoberto pelos portugueses em 1419 e falamos português, óbvio!! A ilha da Madeira tem uma área de 741 Km2 (57 km de comprimento e 22 km de largura) e tem cerca de 250.000 habitantes.

Não usamos chapéus azuis com um corninho a meio. Não abrimos as janelas e gritamos “bom dia” para toda a ilha. Não faço ideia de quem seja a Sofia, morena, que o pai tem um carro verde (somos milhares). Não utilizamos carros de bois para nos deslocarmos. Não temos uma máquina de moldar bananas. Não temos cabras nem vaquinhas no quintal de casa. Não atravessamos a rua sem que o semáforo passe a verde (sim, há semáforos e muito transito até). Não ficamos com cara de urso quando vemos uma escada rolante. Não caminhamos a pé ao Porto santo quando a maré está baixa. Não comunicamos por sinais de fumo. Não nos assusta viajar de avião.

Sim, somos normais! Hehe

Aproveito para dizer que a ilha já está a recompor-se da tormenta passada. Aos que ainda não conhecem o gigante calhau a meio do mar, aproveitem para dar uma escapadinha. A ilha é linda de mais! E não se vão arrepender. ;)

As damas de Lisboa

E não é que hoje, em plena labuta diária, li um texto de Lázaro Galdiano, do ano 1920, a abordar as senhoras portuguesas? Eis o trecho: "y puedo asegurar a usted que no he visto en mi vida mujeres más feas que las damas de Lisboa". Ainda bem que sou da Madeira, ufa! Caso contrário recusava-me a continuar nesta Fundação!
Seriam as damas assim? lolol